Há exatos 45 anos, em 17 de abril de 1964, a Ford apresentada durante o Salão de Nova York aquele que seria uma das referências da indústria nacional pelos anos seguintes. Um veículo compacto para os padrões americanos daquela época, com apelo esportivo e economia de combustível (também para os padrões daquele mercado, é claro), viria a inauguar o que se chamou de segmento dos pony-car. O nome faz menção ao pônei, referência à força do motor e ao tamanho do veículo, situando-o abaixo dos aclamados muscle-cars. Surgia o mito chamado Mustang.
A Ford, é claro, esperava boas vendas para o modelo. No entanto, a procura foi muito maior que a prevista e nada menos que 20 mil unidades foram vendidas somente no primeiro dia de apresentação do cupê. Apenas no primeiro ano de mercado, o Mustang teve meio milhão de unidades comercializadas, chegando à marca de 1 milhão de veículo após dois anos.
Por si só, pode-se dizer que o Mustang foi um dos maiores êxitos comerciais de toda a história da Ford, nos mais variados mercados em que a gigante do oval azul está presente. Porém, acima do dinheiro que ele garantiu à empresa e das vendas que obteve, o cupê foi o pioneiro em um conceito que acreditava-se não ter força no mercado americano. Por causa do modelo da Ford é que surgiram outros modelos tão importantes quanto ele para a indústria estadunidense. Para citar alguns, não se vai longe: Chevrolet Camaro e Dodge Challenger, além do Javelin, da finada AMC.
Posteriormente, após uma série de erros da Ford, em que as novas gerações perderam o acerto visual e a referência mecânica que teve a primeira versão do modelo, o Mustang foi perdendo apelo junto a seu público. Tida como uma “crise de identidade” entre os anos de 1979 e 2004, o modelo só voltaria a ser o queridinho dos americanos em 2005, com o lançamento da quinta geração do modelo. Na época, a intenção da Ford era “recuperar a essência do desenho do Mustang”, apostando nas linhas retrôs para isso, mesmo após o fracasso do conversível Thunderbird. A tentativa deu certo e, agora, após o lançamento da sexta geração, o Mustang continua a ser o símbilo dospony-cars americanos.
Durante as quatro décadas e meia de mercado, o Mustang nunca abandonou seus grandes motores V8. Na crise do petróleo, nos anos 70, o cupê teve propulsores de quatro cilindros para sobreviver ao período, mas jamais deixou de contar com os V8. A essência da suspensão com eixo rígido traseiro também foi mantida, mesmo com a disseminação dos sistemas independentes.
Mercados como o europeu e o brasileiro, no entanto, seguem sem contar oficialmente com o belo esportivo (aqui se podia achar as versões mais simples do Mustang por “apenas” R$ 100 mil – com motor V6). A diretoria da Ford afirma que não vale o investimento em importação, principalmente para o mercado europeu.
O Mustang não é o mais belo, não é o mais rápido, nem o mais econômico. Mas tem uma das histórias mais fascinantes da indústria automotiva e, com certeza, está entre os modelos míticos do mercado mundial.
Confira as imagens das gerações do Mustang após o “salto”, clicando em “ler mais”, abaixo.
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